No ano passado, o Brasil comercializou 10.630 toneladas de chapas acrílicas, 6% a menos do que em 2020; mas empresários do segmento se dizem otimista em relação a 2022
Toneladas | 2020 | 2021 |
Importações | 6.112 | 5.730 |
Produção nacional | 5.184 | 4.900 |
Total | 11.296 | 10.630 (-5,9%) |
O mercado brasileiro de chapas acrílicas reduziu em 2021 cerca de 6% em relação a 2020. O volume comercializado de chapas no país em 2021, incluindo as chapas sustentáveis e as superfícies sólidas, chegou a 10.630 toneladas. Em 2020 esse montante foi de 11.296 toneladas. A queda, segundo João Orlando Vian, consultor executivo do ILAC – Instituto Latino-Americano do Acrílico, pode ser explicada por alguns fatores. O principal deles é o de estagnação econômica vividos mais intensamente por alguns setores do país, como é o caso do setor de comunicação visual, principal consumidor de chapas acrílicas: “A pandemia fez com que as pessoas passassem a consumir através de aplicativos e outros canais digitais. Isso por sua vez, fez com que empresários do setor do varejo não priorizassem os investimentos feitos em comunicação visual. Acreditamos que, neste ano, com a volta gradual das atividades sociais e dos consumidores aos shoppings e outros centros comerciais, esse mercado volte à vida, mas ainda o vemos, pelo menos neste ano, com limitações de crescimento. Isso se deve, em parte, à expansão das vendas online, mas também ao cenário macroeconômico brasileiro e da América Latina”.
Ainda segundo Vian, ao falar em queda deste mercado, é preciso também considerar que 2020 foi um bom ano para quem comercializa acrílico. Isso, porque, no período, houve um aumento da demanda por barreiras de proteção e outros instrumentos em acrílico que ajudavam a mitigar a expansão do vírus em locais públicos e hospitais. Neste ano houve um crescimento de 11,4% ante a 2019, que, por sua vez, foi um ano bastante difícil. Nele o setor amargou uma queda nas vendas de 8,4% em relação a 2018.
Além das barreiras de proteção, o mercado de acrílico aproveitou esses dois últimos anos para ampliar sua atuação em setores como o de móveis corporativos e de decoração. Além disso, diz Vian, o setor mira os mercados de construção civil e de arquitetura, para os quais o acrílico pode oferecer uma infinidade de vantagens técnicas e visuais, como a leveza, alta durabilidade e a transparência.
Para 2022 os empresários do setor se dizem um pouco mais otimistas. Mas estar otimista, segundo eles, não significa não saber que haverá desafios à frente. No entanto, acreditar que esses desafios serão superados. Segundo Ralf Sebold, da Bold, estudos mostram que há no mundo uma previsão de crescimento do mercado de chapas acrílicas para um período de mais ou menos 10 anos. O mercado latino-americano de acrílico ainda está em uma fase inicial de desenvolvimento e que, por isso, tende a crescer cerca de 6% ao ano até 2031, acredita o executivo. Entre os segmentos consumidores estão o de comunicação visual, que hoje é o que lidera o consumo de acrílico na América Latina, porém, outros mercados, como os de construção civil e de arquitetura, móveis e de transportes, têm grande potencial e precisam ser explorados.
ILAC – Para os dirigentes da entidade, a expansão regional de atuação do antigo INDAC (Instituto Nacional para o Desenvolvimento do Acrílico) para o novo ILAC, que integra toda a América Latina, inclusive México, foi sem dúvida a principal conquista do setor neste ano. Segundo Marcelo Thieme, presidente da entidade, o instituto tem um alto potencial gerador de informação que deve ser aproveitado pelo setor. Além disso, diz ele, é mais fácil para todos que os desafios sejam enfrentados em conjunto.
Através do ILAC será possível ao mercado acompanhar mais regularmente não apenas os números do mercado brasileiro de chapas acrílicas – que equivalente a cerca de 10.000 toneladas anuais, mas de todo o mercado latino-americano que responde por um número aproximado de 50.000 toneladas por ano.